Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1276-1 | ||||
Resumo:O gênero Malassezia consiste nos microrganismos eucariotos mais abundantes da microbiota da pele de humanos e animais. Em seres humanos, M. furfur, M. globosa e M. sympodialis consistem nas espécies mais prevalentes na pele, sendo agentes causadores da pitiríase versicolor, diferente de outros animais, na qual M. pachydermatis é encontrada em maior abundância, associada a casos de otites externas e dermatites em cães. Dentre as opções de tratamento disponíveis, os fármacos azólicos são os mais comumente utilizados, no entanto, a toxicidade elevada desses medicamentos limita o tempo de uso, levando a reincidência do quadro clinico, selecionando cepas resistentes. Desse modo, é relevante a pesquisa relacionada a métodos alternativos ao uso de antifúngicos, como as nanopartículas metálicas, e a estratégia de reposicionamento de fármacos, com a aplicação da sinvastatina, cuja função primária reside no tratamento da hipercolesterolemia. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antifúngica de nanopartículas de prata (AgNP) e selênio (SeNP), produzidas pelo método de biossíntese, isoladas e em associação com a sinvastatina (SIM) contra M. pachydermatis. As AgNP e SeNP foram produzidas a partir de sobrenadante de cultura da cepa de Lichtheimia ornata e caracterizadas pelos métodos Uv-Vis, FTIR, potencial zeta e DLS. A sinvastatina foi obtida comercialmente e ativada quimicamente para seu uso. Para avaliação da atividade antifúngica, foram realizados testes de microdiluição em caldo para obtenção da concentração inibitória mínima (CIM) e teste de interação de agentes antifúngicos (Checkerboard). Para estimar a interação entre os compostos, foi usado o índice de concentração inibitória fracionada (ICIF), onde 0,5 < ICIF ≤ 1 indica aditismo, ICIF ≤ 0,5 indica sinergismo entre os compostos e ICIF > 4 indica antagonismo. Para as AgNP, o tamanho e potencial zeta obtidos foram de 31,82 nm e -9,36 mV respectivamente. Para as SeNP, foi obtido tamanho de 259 nm e potencial zeta -17,23 mV. As nanopartículas produzidas exibiram similaridade nos grupos funcionais ligados a superfície, com bandas na faixa de 1656 – 1635 cm-1 indicando a presença de proteínas. As concentrações inibitórias mínimas da sinvastatina, da AgNP e da SeNP foram respectivamente de 312,5 µg/mL-1, 1 µg/mL-1 e 194,5 µg/mL-1. Ambas as associações demonstraram efeito aditivo, com valores de ICIF 1,06 para AgNP-SIM e de ICIF 0,55 para SeNP – SIM. Os estudos envolvendo nanopartículas biogênicas e sinvastatina para o tratamento antifúngico ainda é recente, entretanto esses resultados são positivos, indicando que essa alternativa de tratamento pode ser promissora, além de influenciar outros estudos na área. Palavras-chave: antimicrobianos, infecções superficiais, nanopartículas de prata, nanopartículas de selênio , nanotecnologia Agência de fomento:Fundação Araucária |